Uso do McKenzie no Tratamento de Dor Cervical Radicular em Operador de Máquina


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Introdução

Dor cervical é comum na população geral, com prevalência de 67% nos adultos com idade entre 20 a 69 anos.
O protocolo McKenzie é comumente utilizado em dores lombares e pode ser empregado no tratamento de dor cervical mecânica.
Esse método utiliza uma estratégia de carga que incorpora o fenômeno de centralização: uma mudança rápida na localização da dor, que distal ou periférica torna-se mais central ou proximal à coluna, e tem se mostrado um preditor de sucesso no tratamento das dores lombares. A periferilização ocorre quando o sintoma se move de uma área mais central para outra mais distal ou lateral na coluna, indicando piora dos sintomas.

Relato de Caso

Operador de máquina de 53 anos de idade, após levantar a base de um radiador pesando aproximadamente 40 kg, observou uma sensação incômoda crescente e profunda sobre sua região cervical.
O paciente se refere ao ângulo inferior direito da escápula e região posterior do antebraço direito e um pouco para as 3 ª e 4 dígitos.

Fatores atenuantes: elevação para cima do braço direito, a rotação interna do braço e uso de analgésicos. Fatores agravantes: tosse, levantar caixas de 5kg, flexão e rotação da cervical para a direita.
A intensidade dos sintomas foi relatada como 5/10 na melhor, e 8-9/10 na pior das hipóteses de acordo com a escala visual analógica de dor.

A avaliação mecânica revelou:
1. perda de movimento moderado em flexão cervical,
2. perda de movimentos grande para retração e extensão cervical.

Teste de movimentos repetidos (5-15 vezes):
1. Centralização dos sintomas com retração e extensão, com diminuição dos sintomas e aumento de 15 graus de extensão.
2. Periferilização dos sintomas com movimentos de flexão, sem mudanças na amplitude de movimento.

Classificação

Na síndrome postural apresentaria com movimentos livres e amplos.
Na síndrome de disfunção haveria perda de movimento com a dor no final da ADM.
Neste caso, os sintomas eram constantes, ocorriam durante o movimento e na amplitude final, e apresentou resposta rápida quanto aplicada carga na coluna vertebral, e portanto o paciente foi classificado na síndrome de desarranjo.

Plano de tratamento

O objetivo do tratamento foi reduzir o desarranjo, recuperar a função e prevenir a recorrência.
Frequência de atendimento: 3x/semana, durante seis a oito semanas.

1a semana: Retração cervical deitado com pressão extra do terapeuta, em frequência de 3 a 4 séries de 15 repetições. Orientado quanto à ergonomia no local de trabalho, evitar flexão cervical e a realizar em casa, retração cervical sentado, a cada hora.
Retorno após dois dias: sem queixa de dor durante o movimento e retração livre.
Novo exercício introduzido: retração com extensão, por 4 séries de 15 repetições. Promoveu a centralização dos sintomas, que ainda permaneceu até o cotovelo direito.

2a semana: Os exercícios foram realizados com o paciente na posição sentada: retração cervical e exercícios de extensão do pescoço com pressão extra aplicada pelo terapeuta.

3a semana: Exercícios de retração e extensão com tração aplicada pelo paciente. Ao final dessa semana, o paciente relatou a resolução dos sintomas de braço e dor ligeira a moderada do pescoço.

4a semana: Os movimentos evitados anteriormente foram incorporados ao regime de tratamento: retração com flexão lateral, então a rotação do pescoço e, finalmente, a retração com flexão combinada com a pressão extra na posição sentada (4 séries de 15 repetições).
Após cada exercício foram realizadas dez repetições de extensões do pescoço.

Conslusão

O método McKenzie tem sido comumente usado na região da coluna lombar e pode ser utilizado no tratamento de queixas cervicais de origem mecânicas.